28/08 - Amsterdam


E cá estou eu, mais uma de incontáveis  vezes, de novo... Todas as escolhas levam ao arrependimento, todas as rachadinhas levam ao capitão, e parece que todas as viagens, nem necessariamente só à Europa, leva a Amsterdam, por culpa da KLM. E acaba sendo aquela ficadinha de metade de dia, suficiente apenas para ter que pagar uma pernoite e, numa cidade tão grande e cheia de coisas pra ver, acabar ficando sempre ali por aquele miolinho, passando pelas mesmas ruas, olhando as putas na vitrine.


O primeiro dia da viagem não teve a sempre subestimada chuva, nem aquele calor assassino que era noticiado estar rolando na Europa até umas semanas atrás. Mas tava morninho, sem o frio gostoso que todos esperamos e adoramos, com um solzinho safado e meio ardidinho fora da sombra, e que dia após dia cobrará seu preço.

No programa, duas walking tours, a tradicional geralzona e outra, meio picareta, em espanhol, sobre o Red Light District, que está proibida pela prefeitura porque muito turista passando pela frente estava espantando a clientela das moças. Então, foi a caminhada que não passava pelo lugar de que se tratava a caminhada. Gratuita mas com uma sugestão desde lá no site da companhia para que se pingasse uma contribuição de ao menos 10 euros por cabeça, apelando para vários argumentos de culpa, naquela ambiguidade sustituta do "custa isto, pague se quiser e não encha o saco". 
A guia desta vez era uma argentina, o que, se já lhe garante estima minha bem menos minúscula do que se fosse carioca, deve ter em algum nível ajudado a facilitar aquela fugida malandra no final do percurso, quando ninguém está prestando atenção, e depois ter que engolir todo o fel da insatisfação com minha própria mesquinhez quando verifiquei mais tarde que havia em meu celular uma tentativa de ligação, provavelmente da moça preocupada em saber se eu não havia tido um mal súbito e desaparecido, ou algo assim.

A incauta tentativa de procurar poupar os 6,38% do IOF carregando um monte de dinheiro vivo pertinho do traseiro não tem funcionado muito, porque em vários locais cédulas não são mais aceitas, apenas pagamento com cartão.

Mas uma coisa nunca enjoa na Holanda, e não estou falando das putas ou da maconha. É sempre de um êxtase sublime  e inenarrável poder mais uma vez comer os croquetes da Febo, provavelmente a coisa mais saborosa em que um ser humano pode cair de boca que não faça referência a um órgão de anatomia feminina.

O hotelzinho fuleiro segue aquele padrão Amsterdam: quartinho minúsculo lá no vigésimo-sétimo andar acessível apenas por escada íngreme, pia no quarto, chuveiro num canto do corredor e privada no outro, o que acarreta alguns dilemas logísticos. E o sabonetinho oferecido é soda pura.

E agora dormir apenas míseras 4 horas, pra sair de madrugadão e dar um jeito de chegar no aeroporto pro voo das 6:50, porque os metroviários estão em greve.

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