06/09 - Bremen
Nesta manhã o tempo nublou, algumas gotas caíram. Vînhamos com sorte até aqui. Diz a previsão que há chuva para os próximos dias, mas, sei lá, também dizia a previsão que a virilha não escolheria botar pra foder bem durante a viagem, depois de a inscrição em quatro maratonas ter sido feita. A vida é meio assim, para ter alguma confiança de que não vai pegar chuva, a gente tem que aceitar o sol ardido e impiedoso sobre a cabeça. E mesmo assim de repente vira o tempo e cai o mundo em pingos líquidos de desespero estragador do dia de passeio. Pra poder sonhar com um câncer de fossa inguinal, que auspiciosamente nos daria velocidade de escape deste desnecessário mar de lágrimas chamado existência, a gente tem que acolher e ser otimista a respeito de uma dor na virilha, mas de repente é só um tendão velho ferrado mesmo, ela nada mais faz do que atrapalhar seu turismo e corridas, e você continua morrendo só bem velho, incontinente urinário, sozinho e, como tão frequente, bolsomínion. Mas divago.
Meio que já tendo esgotado o microcentro histórico da cidade e sem muito mais pra fazer, flanando e mancando por aí, descobrimos uma segunda região ainda mais bonitinha, e mencionada bem mais de passagem no material turístico a respeito da cidade. Porque lugares surpreendentes são meio assim como as doenças venéreas: você não contava com elas, não estava procurando encontrá-las, não as havia incluídos em seus planos, mas, de repente, quando dobra a esquina, sente aquela gota que não deveria estar lá, e não é de chuva. Mas divago novamente.
E a única coisa mais injustificável do que assistir a uma ópera de Verdi é assistir a... um ensaio de uma ópera de Verdi! Que durou uma horinha e basicamente ficou reencenando um trechinho que, na montagem final, deve durar uns 30 segundos. e foi precedida por uma roda de conversa em devidamente incompreesível alemão. E a gente ali no meio dos velhinhos, torcendo pra ninguém perguntar que sentido fazia estarmos lá, ocupando uma cadeira. Até porque a mesma pergunta, no limite, pode ser feita a respeito do próprio existir, e, neste caso, é muito mais difícil de responder. E, se você não tem resposta, ao contrário da situação de turistas penetras, ninguém te põe pra fora da sala, mas te deixam lá de castigo por mais uns 40 anos, se questionando em vão. Mas divago pela última vez.
E amanhã é 7 de setembro! Se tudo funcionar como eles pretendem, daqui a pouco começa o golpe! Pra acabar com uma democracia que, de qualquer modo, nos entrega só Lulas e Bolsonaros, alternadamente. O Peter Higgs nem se candidatou. Ê vida besta. e virilicamente dolorida.
Boa sorte aí pra vocês.






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