09/09 - Rotterdam


Este meu esquema de viagem, cada vez mais pulverizado, é como a puta lá na vitrine de Amsterdã: você paga cinquentinha e tem direito a 15 minutos, bom proveito. Se o zíper enganchar ali durante o esquenta, ou se tiver que fazer uma visita ao sanitário, já era, perdeu, malandro, azar seu. É sempre uma escolha de Sofia: Sair cedinho pela manhã, pra estar logo na próxima cidade implica chegar nela lá pelo meio dia, e ter que aguardar por duas ou três horas na porta até que o hotel libere a entrada, porque nem todos têm portaria 24 horas ou espaço para deixar a bagagem. Viajar mais tarde, para chegar no momento do check-in significa estar pronto pra começar a explorar a cidade, ainda sem ter almoçado, às 3 da tarde, e aí os museus e isto e aquilo começam a fechar às 4 ou 5, então é basicamente ir até lá pra dar com a cara na porta.
Passar um dia a mais na cidade resolveria isto, mas as cidades menores, que cada vez mais têm sido minha especialidade, nem têm tanta coisa assim pra ver, pra merecer dois dias de presença.


Hoje, pela segunda vez, a greve destes holandeses metroviários filhos da puta (provavelmente aquela de 50 contos por 15 minutinhos) atrapalharam a vida da gente, nos forçando a encontrar um ônibus pra chegar a Rotterdam, com aquele cagaço de acabar indo parar no lugar errado porque todas as rotas e horários estavam meio alterados exatamente por causa da greve.
Deu certo, mas, no meio do caminho.... a chuva! Que permaneceu viadinha e cruel ao longo de todo o resto da tarde, nos forçando a encarar a walking tour pela cidade ensopados, encharcados, principalmente eu, que sou mesquinho e sovina e não quis morrer 5 euros pra comprar uma capa de chuva, incapazes de tirar fotos pra não afogar os celulares neste mijo de deus.
Depois deu pra flanar um pouco mais pela cidade, nublada mas sem mais chuva. E amanhã, com sorte como mais croquete, até a próxima vinda pra Holanda.


A dorzinha continua aqui, sen mais fisgadas, sem, mais uma vez, precisar tomar anti-inflamatório. É como aquele incômodo que a gente sente quando o titio chama pra sentar ali no colo dele pra ganhar pirulito, e em seguida a gente sente uma dor forte, e percebe que o dedo dele ficou meio sujo... Mas a dor vai passando ao longo dos dias, e só reexplode em lancinante desespero décadas depois, quando a gente resolve cometer a insanidade de ir fazer terapia. Ou, no caso, daqui a dois dias, quando tem outra maratona e eu vou ser insano de arregaçar esta coxa tudo de novo.


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