13/09 - Strasbourg

E aí tem aqueles dias de merda, nos quais a mesquinhez da gente conspira com a incompetência alheia para causar um monte de aborrecimento e desperdício de tempo escasso e precioso.
Pela manhã, agora que tínhamos as bicicletas, voltamos ao museu histórico de Luxemburgo, pra, no fim, só ver mesmo aquelas tediosas pinturas de frutinhas e florzinhas do século XVI, e retratos de fulanos fazendo amém com as mãozinhas (naquela época, Bolsonaro ainda era um espermatozóide escroto dentro do escroto de algum miliciano, e ainda não haviam inventado o gesto da arminha. Que, curiosamente, se sofrer uma mera rotação de 90 graus, vira um "Lula lá").
No fim da manhã, o ônibus pra uma demorada viagem até Estrasburgo estava meia hora atrasado. Chegou tarde aqui, chegamos ao hotel ainda mais tarde do que o inevitável e, nele, ninguém nos esperando para abrir a porta. A versão malocada do hotel elogiado de ontem, sem e-mail dando o código da fechadura eletrônica e sem chave aguardando na porta.
Depois de muitas tentativas de ligar e escrever para o imbecil, fazendo uso de um caro plano de dados que, por sorte, minha menos mesquinha Robin havia comprado, porque se dependesse de mim eu estaria fodido, e de quase ter entrado num quarto já usado mesmo com a chave que encontrei na caixa de devolução, o idiotinha entra em contato, lá da zona de meretrício onde estava visitando a mãe, e dá as informações que deveria ter mandado num e-mail na véspera.
O wi-fi oficial da casa não funciona, e o sinal da rede alternativa que o beócio indicou não chega aqui ao trigésimo oitavo andar (para o qual não há elevador). 
Durante a vinda, uma das walking tours nas quais nos inscrevi foi cancelada. Mais em cima da hora, a segunda caminhada também. O que, por falta de internet, só fomos descobrir após perder mais uns 40 minutos e comer um croque monsieur não aquecido enquanto aguardávamos um guia que não chegou nunca. Quando o cara aparece pra fazer direitinho o trabalho dele, eu não dou gorjeta. Mas quando ele nem aparece
dou gorjeta menos ainda. Imbecil.
Então, nada restou senão ir andando até a distante e extremamente policiada sede do Parlamento Europeu, e jantar uma comida pronta de supermercado, aquecida no microondas da recepção fantasma, e deixar os talheres sujos em cima da mesa, porque não tinha onde lavar.
Eu juro que vou fazer cocô e limpar a bunda na toalha deles antes de ir embora. Ou na toalhinha de chão do banheiro, porque toalha só tinha só uma, num quarto para duas pessoas.

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